quarta-feira, 10 de junho de 2015

O "lado bom" de dois contos da noite

A educação está inserida em todos os cantos e contos, com a missão de ser protagonista para um povo capaz de pensar, ser bem mais que plateia na grande representação que consiste em viver. Em um primeiro momento as histórias de “contos da noite” nos levam a ver a pensar de forma metafórica, que a vida é um processo de construção como no primeiro momento de cada enredo a possibilidade de se recriar com valores que são partes fundamentais da protagonista educação, da vida daqueles a quem destinamos nosso currículo.

Primeira história: Nossa sociedade vive uma crise com valores que alguns dizem serem ultrapassados e outros defendem a ideia de uma inversão natural que haveria de acontecer, mas o certo e que se deparar com um conto de um menino que até o fim diz a verdade, tem que ser bem utilizada por nos que somos dinamizadores do processo de ensino e aprendizagem. Destacamos a parceria do menino com seu animal amigo, em nossos meios de mediação educacional é sempre bom difundir a amizade, o quão bom é criar laços de fidelidades e irmandade com quem percebemos cumplicidade, uma escola aonde os alunos se olham nos olhos, pois se compreendem como amigos haverá sempre vontade de nela está, de ser bem mais que um aluno e sim um participante do processo evolutivo da mesma. Depois destacaria da história o extraordinário que é a presença de alguém que nos “rouba” e se faz insubstituível, quão valor tem uma pessoa como a menina que lhe aparece e torna-se dona de seu querer. Na escola faz-se necessário falar das relações que envolvem sentimentos, por vezes como na história elas podem machucar como foi com o cavalo, por fim falar do centro da narrativa que é a “verdade”.
Estimular uma sociedade a pensar e buscar a verdade, pois ainda que os exemplos sejam contrários se gosta mesmo de ouvir a verdade, que valor tem em ser para o outro como queremos que os outros s sejam conosco. Que aquele rapaz que não mentiu nem para sua vitima (o cavalo) é um herói a servir de referencia, imitado por todos e que mesmo em momentos difíceis de adversidades, faz-se necessário dizer a verdade. Agora utilizar um discurso de valor implica em um compromisso do profissional que o faz, se cobro a verdade praticando mentiras, estou criando apenas um discurso certinho e pensadores não gostam de discursos, pensadores são filhos da pratica.
Segunda história: O conto do lobisomem reflete muito a realidade das amizades provisórias, dos amores roubados que o cinema e a televisão traduzem como realidade da vida de seus telespectadores.
Quem sabe guardar um segredo, as mídias estão ai entrelaçando a todos, para que tudo seja olhado com lente de aumento por todos em rede. Um segredo é um valor a ser explorado em uma turma, talvez até ser envolvido em um projeto. Na historia havia um segredo que foi confiado a quem não merecia uma indagação que pode levar crianças a uma reflexão: em quem confiar novamente os laços de amizades fazem-se presentes para frisar o quanto é importante ter amigos que não valorizam em dias atuais os “curtis” de revelar a história do outro. Amizades provisórias de pessoas que dizem nos amar, nem sempre merecem nossa confiança.
Mas a história tem vilã e mocinha, valorizar quem nos olha de verdade não é tarefa das mais fáceis, ai está uma grande lição de valor, não se constrói raiz com pressa e o lobisomem foi apressado em se revelar a alguém que lhe queria longe. Com calma ele conseguiria ver quem lhe observava de verdade, quem lhe tinha grande estima e lhe salvaria no fim, em uma obra de arte se olhar apressadamente vamos ver e poder descrevê-la, mas se olharmos com mais tempo a possibilidade de melhor compreensão torna-se maior, as crianças de hoje estão se acostumando a correria imposta por uma sociedade que diz que eles devem saber tudo, por vezes acabam só decorando saberes sem o prazer do aprender de verdade.
Descobrir amores é tarefa da escola também, aliás, começo o texto dizendo que a educação está inserida em todos os cantos e contos, no amor não é diferente. O poeta disse que: “Ainda que falasse a língua dos anjos, sem amor, eu nada seria”. Ousamos dizer que o autor poderia acrescer a educação ao amor, pois os dois juntos fazem uma pessoa “ser”.
Com essas duas narrativas compreendemos que historias infantis são muito mais que meros entretenimento para recreação, são ferramentas para estimular valores essenciais para o currículo de qualquer pensador, entretanto faz-se necessário compreender o aluno dessa forma: como alguém capaz de pesquisar e pensar diante de uma história.

Referência
Os contos da Noite (festival de Berlim). OCELOT, Michel. França, 2011. 1h24min, Animação.