A educação está inserida em todos os cantos e contos, com a missão de ser protagonista para um povo capaz de pensar, ser bem mais que plateia na grande representação que consiste em viver. Em um primeiro momento as histórias de “contos da noite” nos levam a ver a pensar de forma metafórica, que a vida é um processo de construção como no primeiro momento de cada enredo a possibilidade de se recriar com valores que são partes fundamentais da protagonista educação, da vida daqueles a quem destinamos nosso currículo.
Primeira
história: Nossa sociedade vive uma crise com valores que alguns
dizem serem ultrapassados e outros defendem a ideia de uma inversão natural que
haveria de acontecer, mas o certo e que se deparar com um conto de um menino
que até o fim diz a verdade, tem que ser bem utilizada por nos que somos
dinamizadores do processo de ensino e aprendizagem. Destacamos a parceria do
menino com seu animal amigo, em nossos meios de mediação educacional é sempre
bom difundir a amizade, o quão bom é criar laços de fidelidades e irmandade com
quem percebemos cumplicidade, uma escola aonde os alunos se olham nos olhos,
pois se compreendem como amigos haverá sempre vontade de nela está, de ser bem
mais que um aluno e sim um participante do processo evolutivo da mesma. Depois
destacaria da história o extraordinário que é a presença de alguém que nos
“rouba” e se faz insubstituível, quão valor tem uma pessoa como a menina que
lhe aparece e torna-se dona de seu querer. Na escola faz-se necessário falar
das relações que envolvem sentimentos, por vezes como na história elas podem
machucar como foi com o cavalo, por fim falar do centro da narrativa que é a
“verdade”.
Estimular uma sociedade a
pensar e buscar a verdade, pois ainda que os exemplos sejam contrários se gosta
mesmo de ouvir a verdade, que valor tem em ser para o outro como queremos que
os outros s sejam conosco. Que aquele rapaz que não mentiu nem para sua vitima
(o cavalo) é um herói a servir de referencia, imitado por todos e que mesmo em
momentos difíceis de adversidades, faz-se necessário dizer a verdade. Agora
utilizar um discurso de valor implica em um compromisso do profissional que o
faz, se cobro a verdade praticando mentiras, estou criando apenas um discurso
certinho e pensadores não gostam de discursos, pensadores são filhos da
pratica.
Segunda
história: O conto do lobisomem
reflete muito a realidade das amizades provisórias, dos amores roubados que
o cinema e a televisão traduzem como realidade da vida de seus telespectadores.
Quem sabe guardar um
segredo, as mídias estão ai entrelaçando a todos, para que tudo seja olhado com
lente de aumento por todos em rede. Um segredo é um valor a ser explorado em
uma turma, talvez até ser envolvido em um projeto. Na historia havia um segredo
que foi confiado a quem não merecia uma indagação que pode levar crianças a uma
reflexão: em quem confiar novamente os laços de amizades fazem-se presentes
para frisar o quanto é importante ter amigos que não valorizam em dias atuais
os “curtis” de revelar a história do outro. Amizades provisórias de pessoas que
dizem nos amar, nem sempre merecem nossa confiança.
Mas a história tem vilã e
mocinha, valorizar quem nos olha de verdade não é tarefa das mais fáceis, ai
está uma grande lição de valor, não se constrói raiz com pressa e o lobisomem
foi apressado em se revelar a alguém que lhe queria longe. Com calma ele
conseguiria ver quem lhe observava de verdade, quem lhe tinha grande estima e
lhe salvaria no fim, em uma obra de arte se olhar apressadamente vamos ver e
poder descrevê-la, mas se olharmos com mais tempo a possibilidade de melhor
compreensão torna-se maior, as crianças de hoje estão se acostumando a correria
imposta por uma sociedade que diz que eles devem saber tudo, por vezes acabam
só decorando saberes sem o prazer do aprender de verdade.
Descobrir amores é tarefa da
escola também, aliás, começo o texto dizendo que a educação está inserida em
todos os cantos e contos, no amor não é diferente. O poeta disse que: “Ainda
que falasse a língua dos anjos, sem amor, eu nada seria”. Ousamos dizer que o
autor poderia acrescer a educação ao amor, pois os dois juntos fazem uma pessoa
“ser”.
Com essas duas narrativas
compreendemos que historias infantis são muito mais que meros entretenimento
para recreação, são ferramentas para estimular valores essenciais para o
currículo de qualquer pensador, entretanto faz-se necessário compreender o
aluno dessa forma: como alguém capaz de pesquisar e pensar diante de uma
história.
Referência
Os
contos da Noite (festival de Berlim). OCELOT, Michel. França, 2011. 1h24min,
Animação.
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