terça-feira, 31 de março de 2015

Ele e ela (Jesus e Maria)

Por ocasião da semana santa, um texto curto e reflexivo sobre o protagonista da história que nunca esteve só.

Um anjo veio do céu para dar a dica para ela, que seria mãe de um menino que seria grande, ela aceitou a missão mesmo não sabendo de tudo, mesmo provavelmente com medo, viu varias crianças morrerem sabendo que queriam matar seu filho. Presenciou seus primeiros passos, seus primeiros risos e brincadeiras, deve ter ensinado Ele a ter autonomia. Perdeu-se dEle quando  ainda tinha 13 anos, o encontrou em um lugar onde ela o havia ensinado a ir, falando para os capacitados da época.
Uma noite bateram em sua porta e a contaram a noticia de que Ele estava preso, ela foi ao encontro do seu filho e acompanhou o cumprimento das palavras do profeta Simeão: “uma espada traspassará tua alma” (Lc 2, 35) se tornarem concretas. Chegou e não encontrou os amigos do seu filho, fez vigília por ali, o viu ir para ficar diante de Herodes para ser ridicularizado e depois o viu regressar para ter sua sentença definida por Pilatos (o marido da Claudia). Seu filho foi condenado e a primeira pena foi de levar 39 chibatadas, ficou de pé com outras mulheres que a faziam companhia e João.
Na sequencia viu seu filho está diante de Pilatos com o rosto ensanguentado e todo sujo, ela está no meio da multidão olhando a cena, participando do lado menor. O lado daqueles que se posicionaram contra o que acontecia com Ele. Presenciou a distancia a conversa entre Ele e seu julgador, viu provavelmente os olhos de medo do Pilatos, ouviu seu grito: “Não acho nenhum crime neste homem”. Acompanhou a condenação de fato, com gritos de crucifica-o e com preferencia a Barrabas. Seguiu o cortejo vendo as zombarias, as cusparadas e as quedas de seu menino. Sentiu as dores de vê-lo pregado na cruz, de olhar seu corpo erguido em sacrifício, ficou ali próximo à cruz escutando suas ultimas palavras e a entregando ao seu discípulo amado. Por fim mesmo com a inutilidade de seu corpo morto, teve seu filho no colo, uma imagem que ficou conhecida como Pieta e que o Michelangelo esculpiu tão brilhantemente, quando interrogado o porquê de ela ser tão jovem, o artista teria dito: “Quem fica próximo de Jesus sempre fica jovem”. Ele a olhou provavelmente e nunca esteve só, sua mãe (ela) sempre esteve por perto retribuindo o seu olhar.

terça-feira, 24 de março de 2015

1ª Parte da Apresentação na Semana Acadêmica da FIBRA de 2013


A INTERAÇÃO ENTRE PROFESSOR E ALUNO NA EDUCAÇÃO INFANTIL- PRINCIPIO DAS DIRETRIZES


O desenvolvimento Social a partir do que determinam as diretrizes pedem que a relação seja contextualizada por uma visão e participação maior de todos envolvidos na educação. Segundo o conceito amplo de educação, ela é um processo que ocorre com toda interação social, isso implica troca de informações e conhecimentos com modificação de comportamentos.
A criança deve ser constantemente estimulada para se tornar um ser criativo, independente e capaz de encontrar respostas para suas indagações. Nesse processo a importância da dimensão interativa vem sendo, desde há muito tempo, ressaltada pela psicologia (Mead, 1934; Piaget, 1977; Wallon, 1945).
Deixando claro que a cooperação intelectual em torno de um problema comum é fator fundamental no desenvolvimento. As trocas de parceiros: adulto/criança e criança/criança, são não só valorizadas como incentivadas na medida em que resultam, na experiência humana, em conhecimento do outro e em conhecimentos construídos com os outros. Assim não resta duvida de que a abordagem da aprendizagem escolar em termos de interação é de fundamental importância.
Assim sendo, a convivência educador-educando é uma forma de interação motivadora para o processo educativo infantil, uma vez que é no plural que os singulares elaboram conhecimentos. Por isso, o professor precisa analisar a todo o momento sobre sua prática, fundamentando-se em uma base teórica e sólida.
Hoje, o educador reconhece até onde pode ir no conhecimento prévio de cada atividade, nesse sentido a dinâmica da aprendizagem que envolve a ligação professor-aluno deve chegar a todos os aspectos, visando assim as suas condições de vida, com  a escola, o discernimento e compreensão do conhecimento sistematizado a ser aprendido.
É fundamental que, na prática da formação docente, o aprendiz de educador assuma que o indispensável pensar certo não é presente dos deuses nem se acha nos guias de professores que iluminados intelectuais escrevem desde o centro do poder, mas, pelo contrário, o pensar certo supera o ingênuo tem que ser produzido pelo próprio aprendiz em comunhão com o professor formador. (Freire 1996, P.43)
Com base no autor, não fica dúvida acerca de que na formação docente é de grande importância que o profissional tenha consciência de que o pensar de forma correta não é nenhum presente, e nem é como receita de pudim de açaí, ao contrário, ele supera os gigantescos desafios dessa profissão, e que existe necessidade de querer e buscar o que se pretende no âmbito da profissão.
A relação entre ensino e aprendizagem no âmbito infantil recebe uma cobrança maior de um ensinar menos mecanizado e com formas magicas. Requer atualizações no formato da transmissão da arte de ensinar. A relação hoje precisa de uma interação que leve o aluno e educador a entender que o processo aprendizagem acontece de forma recíproca no qual todos os envolvidos tem papel de destaque.
O compositor e músico Gabriel Pensador na canção Estudo errado fez a seguinte contribuição: “O ideal é que a escola nos prepare pra vida, discutindo e ensinando os problemas atuais e não me dando as mesmas aulas que eles deram pra os meus pais.” (1995).
Desta forma, as relações entre educador e educando envolvem comportamentos intimamente relacionados, em que atitudes e comportamento de um promovem as do outro. O aluno não é um HD de um computador, um fichário ou uma maleta. Pelo contrario é um individuo com varias possibilidades de compreensão, cheio de expectativas e possibilidades de intervir e contribuir para que o ensino seja atrativo e não monótono. Assim como o professor o educando deve ser olhado como sujeito interativo e ativo no processo da educação. O trabalho do professor em sala de aula, bem como seu relacionamento com os alunos é expressado pela relação que ele tem com a sociedade e com cultura.

terça-feira, 17 de março de 2015

Dialogo do livro: Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire

Professor não pode estudar para ser uma televisão, alguém que transmite o saber pronto e torna o aluno uma vasilha. O texto a seguir é fruto do dialogo acerca da obra acima citada, do grande mestre Paulo Freire.

Pedagogia do Oprimido
Um livro de um sonhador que busca abrir olhos de uma sociedade de oprimidos e opressores, alertando para necessidade de um ensino que abra as correntes de uma escravidão que vive a classe dominada. Neste pensamento o educador através de uma educação dialógica problematizante e participante, alicerçada na confiança no povo, na fé nos homens e na criação de um mundo.
O destaque inicial é dado ao “medo da liberdade” de deixar de ser ingênuo para ser critico, pensar e buscar meios de transformar os meios que se vive pode vir a se tornar uma ameaça à classe dominadora, que não pensa poder ser a primeira a agir para um ensino a todos, essa luta precisa partir dos oprimidos, um olhar bem Marxista de uma sociedade desigual.
Depois o autor justifica o tema mostrando o homem como sujeito histórico da sociedade que se insere, não sendo um alienado condicionado a pensar igual, a receber uma noticia e absorve-la sem pensar tornando-se massa de manobra do opressor. Quem é o opressor? Um sujeito desumanizado, que dita às regras impondo-se sobre os oprimidos buscando os seus interesses e o poder (ser mais). Quem é o oprimido? Alguém que busca a mudança (ou deveria) e transformação social, tornando a sociedade mais humanizada (ser menos). A ideia não é uma guerra e sim a humanização do ensino com uma restauração de libertação.
Ninguém se liberta sozinho, o homem se liberta em comunhão. As ações e organizações devem se dar em conjunto, logo se faz necessária a união de oprimidos na luta por uma causa.
O financiamento estudantil tratado por Freire está no como é passado o conhecimento, uma cultura gerada nas classes mais ricas, se impõem como uma verdade absoluta e o oprimido acabam tendo que aceitar isso. Um professor que joga a cultura como uma informação manipuladora é um veiculo de opressão. Se o professor que segundo o autor é um oprimido também, não cercar-se de cuidados acaba passando a frente o desejo de continuidade dos opressores. Um antidoto para isso é acabar com o “reprodutivísmo” na instituição escolar, tornando-se um instrutor por excelência com possibilidades de transformar o aluno. Assim o professor estará a serviço da libertação, Freire diz que: “Os homens se educam entre si mediatizados pelo mundo”.
O autor propõe um dialogo entre professor e aluno, que deve ser uma forma de investigação dos temas a serem trabalhados, chamado de tema gerador. Sem dialogo não tem tema gerador e sim temas pré-estabelecidos; nesses o professor decide o tema, o conceito e como será o processo de manipulação. Três pontos são importantíssimos para decisão do tema gerador em uma ação dialógica: colaboração, união, organização e síntese cultural.

Enfim educação para Paulo freire é muito mais do que um ato pedagógico, é um ato politico.

quarta-feira, 11 de março de 2015

NASCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FÍSICO NOS TRÊS PRIMEIROS ANOS

Um resumo feito no segundo semestre, o nascimento e os primeiros momentos de uma criança. A inspiração para a postagem foi o nascimento da minha nova afilhada: Maria Helena.

Até o século XX o nascimento era um evento extremamente feminino, sem qualificações ocorrendo de modo formal. Os riscos foram sempre muito grande e na frança a estimativa chegou a ser de uma chance para dez de uma mãe morrer no parto. Depois de a virada de século e a profissionalização do ato de nascer, começou a ter-se uma maior segurança e assepsia. O trabalho do parto ocorre em três momentos centrais; no primeiro acontecem as contrações uterinas regulares, no segundo a cabeça do bebe começa a deslocar-se em direção ao canal vaginal e no terceiro dar-se o corte do cordão umbilical. Existem dois tipos de partos conhecidos que são: vaginal e cesariano. O primeiro é o mais comum e pratico. Já o segundo por ser uma cirurgia o processo torna-se mais demorado. Após isso acontece o período neonatal aonde o feto é sustentado pela mãe, os meninos tendem a ser maiores que as meninas, a maioria tem uma aparência meio rosada e pele fina. Com um minuto e cinco minutos após o parto os bebes são avaliados, pela escala de Apgar. Esta é composta por subtestes: aparência, pulsação, expressão facial, atitudes e respiração. Os resultados de 7 a 10 está bom ou excelente, de 5 a 7 significa que precisa de auxilio e já de 4 para baixo indica que o bebe precisa ser salvo. Os ciclos alimentares, o sono e até o humor são medidas do bebe de estado de alerta. Quando bebes costumam passar 75% do seu tempo dormindo e o resto se alimentando. Natimortos: nascimento e morte. No mundo inteiro 3,2 milhões de fetos nascem mortos anualmente. A causa nem sempre é esclarecida, mas muitos fetos por serem pequenos indicam subnutrição no útero. A primeira infância trás muitos riscos, exigem cuidados com a nutrição e assistência medica. A pobreza e também um fator contribuinte para os riscos de mortes de neonatais. Nessa fase é possível evitar algumas doenças com vacinas. O desenvolvimento físico inicial segue alguns princípios que são: Cefalocaudal, crescimento de cima para baixo e Próximo-distal, de dentro para fora. O crescimento acontece de forma acelerada nos três primeiros anos, um dos pontos naturais que contribuem para o desenvolvimento é o aleitamento materno que é conhecido como saudável por excelência. Por fim o cérebro é a área do corpo que se estende as demais, sua evolução dura a vida toda. Algumas áreas do cérebro controlam o a parte sensorial: o tato e dor, olfato e paladar e a audição e visão.

terça-feira, 3 de março de 2015

Sobre Interdisciplinaridade

Parte de minha primeira resenha acadêmica do ano, um pouco do contexto das pesquisas da Ivani Fazenda sobre a História, teoria e pesquisa sobre a interdisciplinaridade.


A autora que faz sua pesquisa desde os anos 70 e em 90 precisou fazer uma pausa para reflexão, uma espécie de degustação necessária do que havia alcançado em suas produções e de outros teóricos para um mergulho sobre o tema. Em um primeiro momento olha com lente de aumento para o entrave que existe entre ciência / existência na ação interdisciplinar. Para busca de soluções caminha ao encontro de a história do conhecimento, olhando o que disseram grande pensadores como Sócrates buscando uma interiorização para buscar verdades que passam pelo processo do erro. Chega-se a uma conclusão didática do processo de descoberta da interdisciplinaridade: em 1970 buscou-se definir um conceito de interdisciplinaridade e um modelo de como trabalhar desta maneira; 1980 tentou se criar uma metodologia quase que única de se agir interdisciplinar, como uma característica única; em 1990 partiu-se para a construção de uma teoria de ações interdisciplinar que é resultado de uma evolução do pensamento.
Em 1970 quando a autora começou a pesquisar havia um desejo e necessidade de conceito, pois tinha que ser explicado e diferenciado de palavras que exigiam uma ação diferente como: multidisciplinaridade e transdisciplinaridade. Inicialmente o movimento vem da Europa na década de 60, fruto de revoltas como a segunda guerra mundial, o bum econômico e das dificuldades enfrentadas a na sequencia desses acontecimentos com contestação aos governos e do proposito da sociedade por lá, uma década que ficou conhecida como a “contracultura”. Assim houve uma contestação do sistema educacional atuante; dizendo que ele forma pessoas sem senso critico, voltada para o utilitarismo sem pensar na construção de uma sociedade melhor com pessoas melhores. Assim a autora destaca esse momento como um grande marco para os nascimentos de novas formas de se pensar e fazer educação, uma janela para possibilidades de pesquisar o diferente do padrão questionado.

Quando o pensamento interdisciplinar chega ao Brasil, estamos envolto a uma serie de problemas sociais, um momento negro do pensar, pois estamos no período da ditadura militar sem uma sociedade consolidada, diferente do que se vive na Europa que já havia conquistado o valor da democracia. No Brasil é destacada a obra de Hilton Japiassu que publicou o livro: “interdisciplinaridade e patologia do saber”, que apresenta duas partes; na primeira pontos que envolve a interdisciplinaridade, na segunda as ações para se trabalhar de forma interdisciplinar. Passado o modismo de usar a interdisciplinaridade como semente de algo novo, sem mesmo entender como agir concretamente, tentou-se criar uma linguagem única para o conhecimento de forma “conteudista”.

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FAZENDA, Ivani. In Interdisciplinaridade: história, teoria e pesquisa. 18.ed. Campinas, SP: Papirus, 2012.