terça-feira, 27 de janeiro de 2015

QUE PAIS É ESSE

Em pleno período de ditadura militar no Brasil, os jovens, almejante de mudança e ainda sedentos de vingança gritam uma canção que faz alusão a um “Brasil Perdido”. Ao estilo cordel a musica Faroeste Caboclo manda um recado. Narra à história de João de Santo Cristo, negro, pobre e nordestino. De infância sofrida, junta dinheiro e vai a Salvador. Com sorte vai a Brasília. Começa a trabalhar, ganha pouco e se envolve com o trafico, vira ladrão e é preso. Tenta mudar quando conhece Maria Lucia. Cruza com traficante Jeremias. Um encontro entre os dois é marcado. Jeremias acerta um tiro em João que antes de morrer; mata Jeremias e ver Maria Lucia jurar-lhes amor antes de também partir. A letra da musica mostra a juventude de ontem e hoje sedenta de mudança de um país que vive sua democracia a partir da utopia de sua constituição e os valores requeridos na sociedade pelo homem.
Resumo apresentado na semana acadêmica em 2013.
RUSSO, Renato. Faroeste Caboclo. 1979 

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Os “pormenores” do meu primeiro seminário, nesses dias de bater no “creio” do outro.

Falar de religião em publico não é um tema fácil, principalmente quando não houve uma boa preparação para isso, podem-se criar grandes debates vazios por se querer impor sua maneira de pensar. Nas mídias isso ocorre com muita frequência e a frase de são Paulo (não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero) se faz atual a essa tentativa de imposição do certo ou errado.


Depois da passagem do ano, depois também dos acontecimentos recentes na França, os soberbos da fé vem se batendo nas mídias sociais. Isso me fez recordar da primeira apresentação de seminário que fiz nas integradas. Pesquisamos por algumas semanas nosso assunto a ser apresentado no primeiro grande seminário da fase inicial do curso, estava tranquilo e com expectativa de uma grande apresentação, pois havia estudado muito e me envolvido na pesquisa.
Éramos três e meia hora para exposição, logo dividimos o tempo igual para todos desenvolverem sua explanação. Eu fiquei responsável por encerrar e ‘ela’ que seria a segunda a se apresentar me diz: “não estudei muito, o que faço?”. Primeiro confesso que fiquei feliz, pois pensei logo no tempo maior que poderia ter para desenvolver minha parte, depois pensei na melhor dica que se pode dar para uma pessoa que está nervosa (em minha opinião). Disse para que interagisse com os falantes da turma, discursando em tom de perguntas para os ouvintes.
Assim ela fez a cada slide fazia algumas perguntas incitando as pessoas que nada falavam. Até que uma imagem do papa fazendo uma crítica a determinado gênero foi um estopim para um demorado debate, ela passou a dinamizar uma discursão que não queria ter fim, pois as pessoas são ligadas muitas vezes de forma radical a suas crenças. Respeitar o que o outro acredita  ou aceitar o discurso que o outro prega é característica dos que são considerados frios para os “seguidores” ferrenhos de uma fé de imposição.
Exemplificando: No natal quanta gente dizendo que a cor que para outros tem significado, não significava nada. Que pular ondas é uma bobagem, que comer tal semente não leva a nada. E dizem isso se sentindo grandes Cristãos do mundo, quando em minha opinião deveriam era se envergonhar de tamanha soberba e buscar o confessionário (no caso dos católicos). Falo com maior propriedade do assunto aos católicos, pois sou um. Devemos olhar com maior respeito o que o outro acredita, do contrario estamos seguindo outro que não o cristo. Papa Francisco disse: “Se um de nós não acha que precisa da misericórdia de Deus, se ele não se considera um pecador, é melhor que ele não vá à missa”. Logo não deveríamos ficar apontando dedo para o que o outro acredita como errado, não deveríamos ficar se achando os certinhos da história quando o nosso líder diz que se somos certinhos nem de missa precisamos.
No caso da França, muita gente saindo nas ruas impulsionadas pela força da mídia que levantava uma bandeira “liberdade de expressão”, bombardeando os “terroristas” que antes em minha opinião foram bombardeados também. Liberdade sem respeitar ao outro, batendo naquilo que o outro acredita tem o poder de fazer movimentar e acordar a fúria de radicais movidos pelo sagrado assim como um slide que inicia um debate de critica a um personagem, ou uma postagem no facebook.
O poeta disse: “tudo o que move é sagrado e remove as montanhas”. Entendo que se queres tirar o outro do seu conforto, do silencio de uma apresentação e fazer o mesmo mover montanhas. Basta tocar na fé dele, sem respeito e com soberba que dependendo de sua crença a montanha pode cair sobre você. Tive pouco tempo para minha apresentação, tive um publico um tanto emburrado, pois queria continuar discutindo ferozmente religião que deve ser no sentido da palavra a ligação do homem a Deus, mas que para muitos serve para ser motivo de guerra e vaidade sobre os “errados”. 

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

RESENHA DO FILME: COMO ESTRELAS NA TERRA.

O filme conta a história do menino Ishaan Awasthi, ele tem dislexia, e na família a maior dificuldade de ser compreendido. Na escola ver as letras dançando e passa alguns perrengues por tal visão distorcida. Seu pai que é um homem mais rude o trata com certa dose de insensibilidade.
Seus pais ao serem chamados na escola pela direção, tentam buscar melhora do filho com cobranças duras, pois seu irmão só tira notas boas. Prometem coloca-lo em um colégio interno e o menino então se desespera e promete melhorar sendo que não consegue. Assim  e levado ao colégio aonde passa por um período depressivo, com pouca vontade de aprender. No internato a filosofia é “Disciplinar Cavalos Selvagens”.
Um professor substituto aparece como super herói da historia, não era um simples professor tradicional antes visto pelo mesmo, não seguia o padrão das normas. Era como quer Edgar Morin: um alguém interessado no ser humano com uma metodologia diferente. Esse professor vai ser o responsável por de verdade olhar Ishaan e conhece-lo. Vai perceber a dislexia e fazer o que ninguém antes havia feito: ajuda-lo.
Com conhecimento do caso ele tira o menino do abismo no qual o mesmo se encontrava, ensina-o a ler e escrever fazendo com que o mesmo supere alguns traumas, as limitações e resinificando a vida e o processo de aprender. O filme mostra a importância do professor e seu poder de transformação nos alunos. É necessário que o educador tenha sua própria metodologia de ensino, de forma a motivar a compreensão dos alunos, tornando a sala de aula, um lugar agradável e estimulante. 
Nas escolas anteriores os professores olhavam com lente de aumento para os erros e não percebiam tratar-se de uma criança diferente do padrão que naquele caso era quebrado, não percebiam que ali precisava haver uma soma de professor e aluno para um aprender diferenciado. Penso que o filme mostra o quão falho é uma avaliação pautada apenas na nota, a fala de Celso Vasconcelos acerca da avaliação continuada é saída para uma proximidade do professor e aluno e a possibilidade de não haverem erros como os do filme.
Como estrelas na terra é uma lição de vida, a prova de que um tratamento com respeito e proximidade é capaz de ser antidoto para tantas discriminações e o ressurgimento de um mundo melhor. Acredito que a arte e o incentivo a produções por alunos na escola, utilização da identidade de cada um fazem a educação mais prazerosa. A dislexia é um trastorno que precisa ser identificado o quanto antes para um melhor desenvolvimento, e o que melhorou a vida do garoto não foi a descoberta da doença, mas sim, os novos métodos utilizados pelo educador, fazendo com que o menino conseguisse adaptar-se a sua diferença.
Faz-se necessário que profissionais da educação e futuros docentes saibam intervir em tais situações e as demais prováveis no âmbito educacional.

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COMO estrelas na terra. Direção Aamir Khan. Walt Disney Home Entertainment, Índia – 2007. 165 min.

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Ser pouco. Qualquer negocio

Analise da história tão triste quanto à do protagonista de “porque homem não chora”, de uma menina que ainda quer continuar a ser “qualquer negocio”.

Tem muita gente triste por ai, vivendo “morta” em um mundo aonde os vivos se dão melhor. A conheci após ouvir o áudio de uma amiga enviado via whatsApp, procurei saber mais e virei fã das outras histórias de sua criadora.
Vi seu rosto no rosto de quem a interpretava, linda mais escondida na tristeza que queria colocar na frente, triste, pois queria ser pouco, pois queria ser coadjuvante de uma história que talvez um dia tenha sido história de amor. Aproveito para dizer que pessoas lindas com tristezas longas por histórias que um dia talvez tenham sido de amor, acabam por se tornar pessoas feias que se sujeitam a ser “qualquer negocio”.
Sua história não deveria ser repetida por muita gente (mas é), deveria ser um manual do que não se deseja ser, pois ela quer está aonde parece não ser bem vinda, quer ser quem faz o laço da gravata da pessoa que serve o jantar, o suporte que segura à televisão ou pinguim da geladeira prometendo até ficar uma semana inteira sem mexer. Humilhantemente ela perdeu querendo continuar o jogo, estando de qualquer maneira na história dele sendo o que já é para não ter o trabalho de se resignificar, de ter que acontecer diferente.
Estou falando da menina presente na letra da música “qualquer negocio” da Clarisse Falcão, que chega a ser na opinião desse que escreve mais triste que a historia do rapaz da música “porque homem não chora” interpretada pelo cantor Pablo. A moça da primeira história (música) quer continuar mesmo sabendo que não tem mais o que fazer, aceita ser a empregada da empregada, da empregada, da empregada do tio dele. Na segunda o rapaz apesar de triste já está decidido, com as malas prontas para sair mesmo que culpando a moça pelo fim, e para um recomeço um passo importante deve ser sair e ele já está indo embora.

A letra da Clarisse com final triste foi criada em um contexto em que as mulheres buscam uma maior independência e se desvinculam de histórias que um dia já foram de amor com maior facilidade, pois já não precisam depender do homem que um dia escolheram para o resto da vida como uma prisão perpetua em uma cadeia que deveria se chamar lar. Mas apesar dessa independência feminina e a história ser de uma protagonista do “sexo frágil” (só que não) ainda está acontecendo por ai não apenas com mulheres, pois descansar na história sem querer construir novos risos faz mal e engorda, por isso tanta gente engordando por ai.

FALCÂO, Clarice. Qualquer Negocio, Rio de Janeiro,
Casa Byington.
2013, 1 CD Monomania.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Quero ter amigos

Ele disse: “Ei tio eu quero ter amigos”.
Se me contassem a história de um ferinha com nove anos pensando assim, duvidaria, pois criança faz amizades no tempo  de um joguinho ou na duração de um recreio. Mas ele me disse isso, ele me implorou que o ajudasse a conseguir amigos.
Perguntei a razão de ele se achar um sem amigos, me disse que ninguém gostava dele, que as meninas principalmente não buscavam está em sua companhia e que era sempre dele a iniciativa. Contou-me que seus pais fizeram a festa do seu aniversario, dava para contar nos dedos a quantidade de crianças, pois a festa ficou cheia de adultos.
Era fácil fazer um elogio, pois ele era bom com suas notas, nos comprimentos das tarefas e até nos jogos. Eu dizia que bacana tuas notas, es o melhor. Ele dizia: - “de que adianta, são só notas”. Eu dizia: - “que desenho bacana, foi muito bem na sala de informática, foste muito bem no xadrez...” Ele dizia: - “de que adianta, quero amigos”.
Eu tentei interagir com a turma e pedi para que o chamassem para as brincadeiras, alias ali se brincava muito e por isso me senti muito bem todas as quintas e dias finais de novembro (tempo em que estagiei lá), me disseram que sempre convidavam, mas que ele sempre dava um jeito de dizer que estava sendo colocado de lado, que não gostavam dele. Virei o tio preferido dele por tentar interferir na situação.
Nosso plano foi conquistar amigos e para isso pedi para que ele não falasse mais a ninguém que não tinha amigos, passasse uma semana sem reclamar, aquela era minha ultima semana por ali, foi positivo, pois ele não fugiu dos confrontos e nesse jeito de se achar um menino sem amigos o risco em minha opinião é esse, que se exclua do meio da turma.

Nosso ultimo jogo foi épico, uma partida de queimada que e o jogo que as meninas mais gostam de jogar misturadas aos meninos. Esse dia foi igual cena de filme, nosso time foi “morrendo” todo, sobrando apenas ele (juro). Ganhamos o jogo e os chocolates que eram prêmios, graças a “ele” que foi comemorado por todos. Deu-me um desenho de presente, estagiário de educação gosta de ganhar desenho que seja representativo, principalmente quando o ferinha diz: “fiz um para o senhor e um pra mamãe, guarde bem meu amigo”.

sábado, 3 de janeiro de 2015

Papel de MÃE

Ela cresce olhando o jeito da mãe e acha interessante a luta de sua genitora. Sua força em conseguir dar conta de uma casa sem a presença de um homem, além dela e sua mãe mais um irmão moram em sua casa.
Aos onze anos é responsável por vigiar seu companheiro de quarto, seu irmão, pois durante a noite a mãe sai para trabalhar. No outro dia sua mãe está firme para lhe servir o café, leva a escola e depois vai buscar. Chegam a casa e o almoço em alguns instantes está pronto, almoçam juntas e de tarde ainda fazem a tarefa de casa e o dever de casa.
Essa é a rotina ordinária de uma amiga com quem tive o prazer de partilhar conhecimento um dia, ela me narrou um pouco do quanto ela admira sua mãe e a historia de amor que as duas protagonizam junto ao seu irmão. Uma família que vive o processo de viver em conjunto imagina; o quão difícil deve ser a dinâmica de sobreviver dos personagens dessa história, sim, pois as barreiras devem ser grandes afinal são duas crianças e uma mãe que às vezes precisa pedir socorro, pois alguém deve adoecer um dia.
Essa mãe vive a vocação de assumir-se mãe de verdade com todos os ossos do oficio, seu papel e admirado por sua principal beneficiada, aquela para quem o suor e destinado. É muito fácil cobrar a escola reflexão, cobrar professores comprometidos e ficar esperando acontecer. Essa mãe segura o lápis junto à filha mesmo com o cansaço de uma noite de trabalho, prepara o café e senta junto à mesa, imaginem a conversa das duas sobre o que vai acontecer hoje logo pela manhã, almoçam juntas e logo imagino que falam de como esta sendo o dia, isso a torna presente e não uma espectadora da vida da filha.
Acabei não me alongando na história e não buscando saber quem poderiam ser os socorristas, não me informando sobre o trabalho da mãe e outras duvidas que a história suscita. O lado bom de não se saber quem são os coadjuvantes desse enredo é tentar imagina-los, mais que isso é ter uma heroína que assume seu papel de MÃE.