Analise da história tão triste quanto à do protagonista de “porque homem não chora”, de uma menina que ainda quer continuar a ser “qualquer negocio”.
Tem muita gente triste por ai, vivendo
“morta” em um mundo aonde os vivos se dão melhor. A conheci após ouvir o áudio
de uma amiga enviado via whatsApp, procurei saber mais e virei fã das outras
histórias de sua criadora.
Vi seu rosto no rosto de quem a interpretava,
linda mais escondida na tristeza que queria colocar na frente, triste, pois
queria ser pouco, pois queria ser coadjuvante de uma história que talvez um dia
tenha sido história de amor. Aproveito para dizer que pessoas lindas com
tristezas longas por histórias que um dia talvez tenham sido de amor, acabam
por se tornar pessoas feias que se sujeitam a ser “qualquer negocio”.
Sua história não deveria ser repetida por
muita gente (mas é), deveria ser um manual do que não se deseja ser, pois ela
quer está aonde parece não ser bem vinda, quer ser quem faz o laço da gravata
da pessoa que serve o jantar, o suporte que segura à televisão ou pinguim da
geladeira prometendo até ficar uma semana inteira sem mexer. Humilhantemente
ela perdeu querendo continuar o jogo, estando de qualquer maneira na história
dele sendo o que já é para não ter o trabalho de se resignificar, de ter que
acontecer diferente.
Estou falando da menina presente na letra da
música “qualquer negocio” da Clarisse Falcão, que chega a ser na opinião desse
que escreve mais triste que a historia do rapaz da música “porque homem não
chora” interpretada pelo cantor Pablo. A moça da primeira história (música)
quer continuar mesmo sabendo que não tem mais o que fazer, aceita ser a
empregada da empregada, da empregada, da empregada do tio dele. Na segunda o
rapaz apesar de triste já está decidido, com as malas prontas para sair mesmo
que culpando a moça pelo fim, e para um recomeço um passo importante deve ser
sair e ele já está indo embora.
A letra da Clarisse com final triste foi
criada em um contexto em que as mulheres buscam uma maior independência e se desvinculam
de histórias que um dia já foram de amor com maior facilidade, pois já não
precisam depender do homem que um dia escolheram para o resto da vida como uma
prisão perpetua em uma cadeia que deveria se chamar lar. Mas apesar dessa independência
feminina e a história ser de uma protagonista do “sexo frágil” (só que não)
ainda está acontecendo por ai não apenas com mulheres, pois descansar na
história sem querer construir novos risos faz mal e engorda, por isso tanta gente engordando por ai.
FALCÂO,
Clarice. Qualquer Negocio, Rio de Janeiro,
Casa Byington. 2013, 1 CD Monomania.
Casa Byington. 2013, 1 CD Monomania.
adorei o texto, ainda mais falando da linda Clarice, que interpreta " qualquer negócio" considerado por mim a música mais dolorosa dos últimos tempos, nessa monomia, os devaneios nos fazem querer o laço da gravata, pelo resquício de felicidade que talvez nem conheçamos, mas a " muier muderna" por ter que ser mais mais...acaba pedindo socorro, e aí que na linha tênue entre amar e amarras , muitas vezes a tristeza fala....e o fingir ser o que não é, permite tão humilhante comportamento....
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